sexta-feira, 18 de junho de 2010

Mudou muita coisa.

Viajei, fiquei um ano fora, voltei. Nem parece que voltei a Petrópolis; parece que voltei no tempo, uns vinte anos. Ô cidadezinha abandonada.

Sem desconsiderar o asfalto de R$ 1,99 – aplicado em quase todas as ruas da cidade - a prefeitura sempre gostou de tapar buraco. Pra tapar um buraquinho de meio metro, por exemplo, interdita-se um trecho de, aproximadamente, 30 metros de rua (normalmente estreita e de mão dupla), causando engarrafamento mesmo nos bairros menos populosos, conferindo um certo ar de governo trabalhador, pela mera exposição de três ou quatro funcionários e um caminhão.

Além do quê, tapar buraco custa uma merreca. Até as prefeituras mais sem-vergonha conseguem encher suas vias com meia dúzia de caminhões e passar a impressão de que estão trabalhando.

Eis que, passados quase dois anos deste mandato (incluído o período de transição), nem tapar buracos. Imagino que, considerando o alardeado corpo técnico de multiqualificados profissionais espalhados pela administração pública municipal, que ralaram as bundas planejando o que eles chamam de governo, a buraqueira deva ser etapa das obras de manutenção viária: agora, só falta pintar de amarelo os paralelos que aparecem no fundo do asfalto e chamar de redutor de velocidade.

As gincanas tipo caça-churrasco vão ficar mais divertidas; pra fugir dos buracos, haja braço no zigue-zague. Isso é investimento em cultura e lazer. Ponto pro prefeito.

Ou, isto tudo é culpa do ex-prefeito que tinha a obrigação de comprar um De-Lorean voador e enviar a galera da COMDEP pro futuro tapar os buracos que ainda viriam.

Tava lá, no site da prefeitura, um processo seletivo pra agentes de saúde, oferecendo o polpudo salário de R$ 440,00. Só não vai quem já morreu. Como é que o sujeito abre concurso público e oferece duas mariolas a menos que o mínimo nacional, e ainda chama de responsabilidade fiscal!?

Compreendo e apóio, integralmente, a greve dos servidores da Educação e da Saúde. Mais que isso, acho que os demais servidores municipais têm a obrigação moral de tomar as rédeas da própria vida e aderir. Mas, enquanto a greve engrossa e o prefeito afina... o povo faz o quê!?

Pelo comentário do post anterior, sugeriram um processo de cassação. No que depender do caráter de nossa vereança...

Como fiquei muito tempo sem postar nada, resolvi desabafar num fôlego só, e sem edição. Prometo que a verborragia melhora, mais pra frente.

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro amigo Cangaceiro.

Assim como você, fiquei afastado de minha amável terra natal por 5 anos, onde pude viver em três cidades. Duas destas cidades, possui um número de habitantes, inferior a nossa cidade, na proporção de 1/3. Ou seja, cerca de 100.000 habitantes. As cidades, embora fossem do interior, tinham uma qualidade de vida admirável. Sempre limpas, povo educado, alunos nas escolas e os doentes nos hospitais. Parece meio óbvio né. Ora, aluno tem que estar na escola: não em nossa Petrópolis. Nosso prefeito prefere garantir aos nossos estudantes a possibilidade de estender as férias escolares. Doente ? Este tem que estar mesmo no hospital, correto ? Não para nosso prefeito. Lugar de doente é no cemitério. Se você não tem o tratamento adequado, vai morrer. E pobre tem que morrer !!! Chega desta palhaçada: ao longo dos anos que fiquei fora de Petrópolis, vinha com frequência a passeio, não pelo gosto de estar em Petrópolis, mas pela minha família. Via sempre a cidade em obras, parecia uma guerra, trânsito invertido, mão dupla em alguns trechos. E agora que ficou pronta a obra de "valorização do Centro Histórico", sempre que vou atravessar a rua e está chovendo vem um carro e joga água em minhas roupas. Isso porque a cidade parece um queijo suiço, só tem buraco. Que raios de obras são essas ? Que manutenção viária nada meus amigos. Se tem uma coisa que está faltando é responsabilidade dos governantes. E digo mais: a Lei de Responsabilidade Fiscal existe sim. Processo de cassação é mais complicado, não impossível. Mas está na hora do povo se manifestar e demonstrar o verdadeiro espírito democrático. O povo tem a força sim, mas temos que nos unir. Apoio totalmente a greve. Apoio aos servidores, sejam da educação ou da saúde. Mas não depende somente deles. Os cidadãos desta cidade devem demonstrar o verdadeiro sentido de uma luta pelos ideais e pelo futuro de nossos filhos e netos. Vamos voltar a ter orgulho de nossa cidade, que há anos atrás tinha uma das melhores frotas de ônibus do país. Vamos voltar a brigar pela saúde de nossos familiares, pela educação de nossos filhos. Vamos voltar a sentir orgulho ao dizer: "Quem pensa que é feliz em outra terra, é porque nunca viveu aqui".